segunda-feira, 30 de abril de 2012

O Rato

O rato roeu a roupa do Rei de Roma
Roeu o caráter, roeu a honra.
O rato roeu a roupa do seu José,
Roeu a unha, roeu o pé.

O rato roeu a roupa já escondida,
Roeu a morte, roeu a vida.
O rato roeu a ponta da sua corda,
E vê se acorda, vê se acorda.

O rato roeu a ponta do seu chapéu,
Roeu o inferno, roeu o céu.
O rato se escondeu para ir dormir,
Não está aqui, não está ali.
O rato roeu toda a sua "verdade"
Mas ele não tem vaidade.

O rato deixa as honras pra quem quiser
Ele não quer mais a unha, não quer mais o pé.
Só o autor quer deixar a mensagem do recado seu,
Cadê a mensagem?
O rato roeu.

Alex Nunes, em 30/09/1991 (com 14 anos)

3 comentários:

Alex Lira disse...

Este foi um dos primeiros textos que escrevi, aos catorze anos de idade, antes mesmo da minha conversão a Cristo,ele me lembrou um pouco quem sou, da minha veia poético-profética, lembrança que eu jamais teria se não fosse a "mania" da minha querida mãe em achar que "tudo que seus filhos fazem é importante". Mãe, obrigado! Assim quem sabe, fugirei mais uma vez da ratoeira.

Missi disse...

Entrando no universo poético cedo, roubando da poesia um pouco de sua plenitude para encantar aos que leem.
"A vida não deve ser um romance dado a nós, mas um romance feito por nós."
Parabéns!

FASHION E CHIQUE disse...

Tô encantada!!! Belíssimo texto.