quarta-feira, 25 de julho de 2007

Imagem não é nada, sede é tudo.....




“Assim como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus!” (Salmos 42:1)


Como diria a música que foi sucesso nos anos 90 do grupo Titãs: “você tem fome de que? Você tem sede de que? A gente não quer só comida, a gente quer comida diversão e arte...”, eu me pergunto assiduamente, do que nós cristãos temos fome? Do que realmente temos sede?

Não é novidade para ninguém que vivemos na era da imagem, na era das projeções, das fantasias, onde o valor atribuído a algo ou alguém está diretamente relacionado aquilo que esse indivíduo aparenta. Se observarmos o comportamento das sociedades antigas, dos heróis da cristandade de outrora, veremos que, o valor era atribuído ao ser, mas com evolução histórica da sociedade (e proporcional “involução” da espiritualidade observável nos arraiais cristãos), com o advento do capitalismo, mudou-se o paradigma, e o status passou a ser o que o indivíduo possui, o status é determinado pelo ter. Mas, na pós-modernidade, somos avaliados por aquilo que parecemos, a imagem que vendemos determina a nossa aceitação.

Mas o grande problema de uma espiritualidade de aparências, é justamente o fato que por definição, o espírito fala de essências interiores, fala de tudo aquilo que carregamos dentro do peito, fala de valores não observáveis, ou seja, como aparência é sempre uma projeção de algo que na maioria das vezes não corresponde ao que somos, teremos como resultado em breve, um país impregnado de cristãos, porém cada vez mais distante do verdadeiro Evangelho. Se não conseguirmos transcender o “self-service” religioso, sofreremos de uma crônica anorexia espiritual.

E respondendo a pergunta dos Titãs: comida, bebida, diversão, arte, não podem saciar a minha sede por uma existência cheia de vida e espiritualidade autêntica. O próprio Cristo responde onde está a única fonte capaz de nos embebedar de vida espiritual: “Se alguém tem sede, venha a mim, e beba.” (João 7:37).

Para beber de Jesus (com isso não faço alusão alguma ao guaraná “Jesus”, ao qual descobri a existência recentemente!), eu devo admitir que uma existência baseada em aparências e em uma auto-imagem formada pela opinião alheia, é absolutamente frustrante pela sua incapacidade de saciar a sede do ser, de apaziguar a alma, de gerar satisfação. Em segundo lugar, ir a Jesus não significa ir ao templo onde a religião é praticada em nome dele, não significa, a priori, mudança de comportamento ou de fé religiosa, não significa um estereótipo comportamental. Quem tem sede, não tem exigências a fazer, a não ser a única e imprescindível; saciar-se. E só bebe da fonte eterna que é Cristo, quem nele mergulha pela fé, sem preconceitos, sem condições, sem barganhas, sem intermediários, ou seja, apenas mergulha com a certeza de experimentar o refrigério que “fonte” alguma desta vida pôde produzir, por isso se entrega, por isso se rende a este convite amoroso.

Para encontrar esta fonte inesgotável, este oásis em meio ao deserto da pós-modernidade, não precisamos ir a nenhum lugar, e nem praticar nenhuma peregrinação espiritual, não precisamos pagar nenhum pedágio, não precisamos de intermediários, teremos sim de discernir as “miragens” que estão diante de nós, e para isso a única bússola confiável é a Bíblia, Palavra de Deus, em cujas páginas, milhares e milhares de pessoas têm encontrado paz, alívio, e satisfação para as necessidades da alma. Por isso, gostaria de terminar citando as palavras de Jesus, em Jo 4.14: “ Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna.”

Imagem não é nada, sede é tudo, beba do Espírito !