sexta-feira, 15 de julho de 2016

Na Estante




Sábado nublado, após uma semana de intempéries rotineiras preciso sossegar, o corpo, a alma, o fardo que me gruda no ser, feito pulga em cão velho.

Como descansar da fadiga de existir?
Alguém me traga uma taça de vida, transbordante, com hortelã e gelo.
Sentado no sofá da sala de estar, quero música, mas tem que ser daquelas que ecoam do lado de dentro.
Hoje não quero o controle, não preciso de um programa.
Não quero propaganda, não quero assistir, não preciso de entretenimento.
E o tempo passa, mesmo sem passatempos.

Mas quando me percebo, estou olhando para a estante, e os entre livros, O Livro, a Palavra do Eterno. Coloco-me de pé, anseio por ouví-lO, pego e aperto-a contra meu peito, para que ela ouça meu coração.
Como criança que desembrulha o presente, folheio suas páginas, linhas e letras.
Repito em meu íntimo:
- Ele sabe, Ele sabe, Ele fala.

De súbito, a Palavra me encontra:

"Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.
Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.
Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve."


Mateus 11:28-30